quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Stone Temple Pilots



[1996] Tiny Music... Songs From Vatican Gift Shop

O terceiro álbum da carreira do Stone Temple Pilots foi concebido em meio às mais diversas turbulências. O vocalista Scott Weiland passava por sérios problemas pessoais: naquela época, Scott estava fazendo procissão entre as clínicas de reabilitação para viciados em narcóticos, e a cadeia.

Sua vida estava totalmente desgovernada, pois numa semana ele aparecia em entrevistas declarando que estava "limpo" e na semana seguinte, era surpreendido comprando drogas. No auge de sua crise chegou a fugir da clínica onde cumpria sua reabilitação, dizendo que iria comprar um hambúrguer. No meio desse caos todo em que se encontrava a vida de Scott Weiland, e conseqüentemente da banda também, nasceu Tiny Music, o álbum mais complacente da história da banda. Moldado como uma obra, peça a peça, nos mínimos detalhes pelos artesãos do STP, Tiny Music agrada por suas músicas suaves, e chega a angustiar por suas canções pesadas que equilibram o álbum, sem torná-lo monótono, depressivo ou vertiginoso em excesso.

Na época, boatos de todos os tipos correram o mundo musical, afirmando que Scott não havia colocado um dedo sequer na elaboração do álbum por causa de seu problema com as drogas. Alguns boatos diziam que os irmãos DeLeo seriam os responsáveis pela composição das músicas, mas com pena de Weiland, creditaram todas elas em seu nome. Também diziam que Scott havia composto a maioria das letras durante o tempo que esteve na prisão. Enfim, muitos boatos foram soltos na imprensa, mas o que seria do rock sem essas controvérsias? Chegaram a acusá-lo de bigamia. Em certa ocasião Scott afirmou: "Vocês fazem mais do que eu jamais conseguiria para manter a lenda viva".
Tiny Music trouxe verdadeiros desabafos de Scott em suas letras, carregadas de referências às drogas, e à sua conturbada vida sentimental. O que dizer de músicas como "Tumble In the Rough" onde os seguintes versos são cantados: "Eu estou procurando por uma nova meditação, ainda procurando uma nova maneira para voar, e não uma nova maneira de morrer?". Ou a categórica "Pop’s Love Suicide": "Oh, I'm in love suicide, about a pop star homicide". E a frase de "Adhesive" que serviu e servirá sempre que algum ícone do rock 'n' roll morrer: "Sell more records if I'm dead". Sim, está correto, uma banda sempre acaba vendendo mais discos quando o vocalista morre.

O encarte do álbum, e um programa especial produzido pela MTV Americana deram o tom do que realmente aconteceu: os irmãos Dean e Robert juntamente com Scott, o baterista Eric e o produtor reuniram-se durante semanas numa mansão em Santa Ynez na Califórnia para gravar Tiny Music. O responsável pela produção foi Brendan O'Brien, companheiro de longa data do Pearl Jam, banda a qual o STP sempre foi muito comparado e acusado injustamente de ser um "clone" deles.

Foram semanas criando sons, acrescentando instrumentos que deram a ótica e o tom nostálgico característico desse álbum. Uma dimensão de sonhos foi criada com o baixo de seis cordas agilmente tocado por Robert. As guitarras onipresentes de Dean acrescentaram subversões e melodia. E Eric Kretz esteve impossível com sua bateria seca nas músicas mais pesadas, porém ressonante nas músicas mais poéticas. Agressividade e suavidade. O Stone Temple Pilots sempre flertou com esse estilo ambíguo, híbrido e mais artístico do rock 'n' roll. Por fim, Tiny Music não é apenas um disco de uma banda grunge. É uma obra de arte para ser apreciada com os ouvidos, com os olhos, com o coração.

Texto extraído do site Dying Days

DOWNLOAD: Mediafire - mp3 de 192 kbps - 53 MB

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