sexta-feira, 28 de maio de 2010

:: Especial BANANADA - parte 3 ::

Mais dois destaques bananosos dignos de menção:


O Comma, apesar deste nome viril que me deixou imaginando que eu seria violentado por um thrash-metal ou um hardcore, é na verdade um duo de garotas paulistanas que faz um indie-folk minimalista que não pretende levar ninguém a um estado de coma (o nome de batismo se refere, na verdade, à palavra "vírgula" em inglês).

Só na base do violão e da batera, as moças fizeram um dos shows mais sussa do festival, o que não impediu de agradarem bastante ao público --- principalmente o masculino, diga-se de passagem. Não faltaram lamentos dos homens babantes ali presentes quanto à opção sexual da Mimi Lamers, a bela vocalista da banda, que (era pelo menos o que comentava-se, não sei se com base em fatos ou fofocas...) não dá muita bola pra quem tem cromossomos XY.

Bem: talvez elas se sintam ofendidas com a comparação, não sei, mas o Comma me soou como algo que vai meio que na "ondinha Mallu Magalhães" (que, quem diria, antes dos 18 anos já tá "fazendo escola"!). Tal como a Srta. Camelo, as moças do Comma andam estrelando vinhetas da MTV --- e inclusive já tiveram uma Brasília 76 turbinada no Pump My Ride e que transformou-se no "Commamóvel", como relata a matéria do Dykerama. Recentemente soltaram o CD de estréia, Monkey, que vale uma conferida.


* * * *
Direto de Santiago, no Chile, o La Hell Gang foi a única atração gringa do Bananada 2010. Apesar da recepção morna do público, que parecia aguardar com ansiedade impaciente os headliners do Sabadão, o Black Drawing Chalks, os moleques chilenos, todos abaixo dos 20 anos de idade, mandaram muito bem no que eu chamaria de "garage-rock introspectivo".


O talentoso guitarrista-e-vocalista Cábala praticamente não abriu os olhos durante o show inteiro --- e não parecia ser exatamente por timidez, mas sim por uma intensa concentração íntima nos solos cheios de feeling com que presenteou os amantes de guitarrismos.

Fiquei com uma ótima impressão da música da banda, ainda que tenha se escancarado o quanto eles deixam a desejar em matéria de "presença de palco" e "espetaculosidade" em comparação com bandas de Goiânia como os Chalks ou o Johnny Suxx & The Fucking Boys, que levam muito a sério o conceito de hard rock'n'roll de arena, cheio de pirotecnias e grandiosidades.

Cito abaixo uma descrição da La Hell Gang que achei supimpa, feita aliás num espanhol muito charmoso, que achei numa matéria da revista Super-45:
"Movilizados por la acidez sicodélica y el rock garajero, La Hell Gang se asoma como una de las nuevas bandas que de a poco comienzan a remecer la escena rockera santiaguina. Con un formato de power trío - todos menores de veinte años- que funciona desde la constancia hipnótica provocada por el bajo y la batería, dejan el justo espacio para que la profundidad de la guitarra alcance su temple de psicodelia impresionista. Con esta fórmula, ya se han hecho notar en sesiones guiadas por pasajes que equilibran la espacialidad lisérgica de Spacemen 3, el blues explosivo de Jimi Hendrix y la informalidad de canciones que provocan un refrescante desboque de electricidad en todas sus formas."



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